Blog

Franquia

A história da Maria Lavadeira foi destaque na mídia

A história da Maria Lavadeira foi destaque na mídia

Confira abaixo, na íntegra, o texto publicado na Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios.

Ex-piloto de avião transforma lavanderia da família em franquia com lojas autônomas e fatura R$ 8,3 mi

Desde muito cedo André Belarmino, 39 anos, se preparou para ser um piloto de avião. Ele exerceu a profissão por quase 15 anos e, nos últimos oito, assumiu a direção de uma lavanderia de bairro da família, a Maria Lavadeira. Hoje, deu uma pausa nos voos e transformou o negócio terrestre em uma rede de 48 franquias que fatura R$ 8,3 milhões. O plano agora é chegar a 500 unidades em 2023 e decolar rumo aos Estados Unidos.

Catarinense, Belarmino se mudou para Curitiba para estudar ciências aeronáuticas. “Eu não tinha carteira de motorista, mas já pilotava avião.” Após se formar, trabalhou com táxi aéreo e voos particulares para ganhar experiência. Em 2006, morou nos EUA para aperfeiçoar os conhecimentos. Foi lá que ele teve um grande contato com o mercado de lavanderias.

Paralelamente à carreira de piloto, o empreendedor passou a pensar em novas fontes de renda, uma vez que não queria depender só da aviação. "É algo muito inseguro, eu dependo completamente da minha condição de saúde para voar." Seu primeiro projeto empreendedor foi uma empresa de segurança, mas acabou não decolando. Enquanto isso, em 2011, já de volta ao Brasil, o cunhado do empreendedor, Cléber Itamar Rodrigues (hoje sócio de Belarmino), criava uma lavanderia de bairro em Florianópolis, a Maria Lavadeira.

De acordo com Belarmino, o nome é uma homenagem a uma cultura popular local e remete às “trabalhadoras lavadeiras de Florianópolis, que começaram limpando peças de roupas nas fontes da ilha e depois migraram para tanques domésticos.”

O ex-piloto é casado com uma ex-comissária de bordo, Lidia Cassiano Pereira. Quando tiveram o primeiro filho, ela se afastou dos voos, e o casal foi visitar a família do empreendedor em Florianópolis. “Foi quando conhecemos a lavanderia e pensamos em levar uma filial para a nossa cidade. Minha esposa também era muito ativa e estava incomodada de não trabalhar.” À essa altura, em 2014, eles estavam estabelecidos em Jardinópolis, no interior de São Paulo.

Após inaugurarem a filial, Belarmino começou a profissionalizar o negócio, com base no que tinha visto nos EUA. “Foi aí que um cliente entrou na loja e perguntou se era uma franquia. Minha esposa sabia que eu tinha um plano futuro de franquear e disse que estava sendo formatado. Mas não estava.” No mesmo ano, o empreendedor correu para fazer testes, remodelações do negócio e abriu outras unidades como cobaias, até que começou a expandir. “Eu ainda voava, comecei a ocupar cargos de chefe de treinamento, piloto-chefe e depois assumi a parte mais administrativa e conseguia conciliar tempo para aperfeiçoar a franquia.”

Nesse período, inclusive, ele tentou colocar em prática um modelo que já era popular na América do Norte: autoatendimento. Mas a ideia não vingou. “As pessoas desconfiavam de deixar roupa sozinha. Se era para ficar esperando, eles lavavam em casa mesmo. Não tínhamos um público potencial.”

Nos últimos anos, o país ganhou uma gama de novas lavanderias. A 5àSec e a Quality (agora OMO Lavanderia), por exemplo, já estavam na ativa havia bastante tempo. Para diferenciar a Maria Lavadeira do que já existia no mercado, ele resolveu buscar insumos profissionais em outros países. Os produtos biodegradáveis usados pela rede no processo de lavagem, por exemplo, são belgas. “Eu não queria usar o que o cliente pode achar na gôndola do supermercado.”

Ele continuou com essa rotina, se dividindo entre a vida de piloto e de empresário, até meados de 2020, quando a marca entrou para o portfólio da aceleradora 300 Franchising. Nessa época, a empresa tinha cerca de 12 unidades. “Pedi licença não remunerada, pois entendi que a companhia precisaria mais da minha presença.” Foi também nesse período que ele reavaliou muitas das práticas de franqueador: “Achávamos que estava tudo certo, mas estava tudo errado. Tínhamos falhas no suporte operacional, de marketing, jurídico, entre outros.”

Ele reestruturou o negócio e deixou a expansão, retomada agora, na mão da aceleradora. Hoje, além da 300, da esposa e do cunhado, a irmã de Belarmino, Gisele Martins da Silva também se tornou sócia da rede. Ao longo da pandemia, ele conseguiu manter todas as unidades. A meta agora é passar de 100 franquias abertas até o final do ano, com um faturamento de R$ 23 milhões. Para 2023, o objetivo é fechar com 500 contratos negociados e 270 franquias abertas.

Para isso, Belarmino aposta em modelo reduzido de franquia — novamente com autoatendimento, mas agora com um aplicativo próprio, que permite ao cliente desbloquear as portas para o uso. O formato teve uma aceitação melhor e já corresponde a 75% das novas negociações da rede. O objetivo é que o autoatendimento se equipare ao formato tradicional de loja, que atualmente corresponde a 80% das unidades abertas.

A Maria Lavadeira trabalha com seis modelos de negócio. O mais barato é o de autoatendimento, que pode ser instalado em condomínios e demanda um aporte a partir de R$ 120 mil, e o maior é uma lavanderia com um ponto de coleta, que custa a partir de R$ 315 mil. “O franqueado vai trazer opções de ponto e vamos validar as benfeitorias. Essa adequação não está contemplada no investimento inicial”, diz. O tíquete médio pode variar de acordo com a região, mas vai de R$ 15 a R$ 25.

O empreendedor também já tem um escritório aberto nos Estados Unidos, para uma futura internacionalização, prevista para o início do próximo ano, e tem estudado o mercado português. “Estamos olhando tudo com muita calma. Recebemos propostas para trabalhar fora, mas não queremos abraçar o mundo.” Antes de fazer as malas para o voo internacional, o piloto deve aterrissar em mais algumas cidades brasileiras.

 

FONTE: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios

Gostou do que leu?

Então confira outros conteúdos recomendados para você!